Meu adorado Filho,
Os números não são nada mais do que alvoradas e ocasos, que acontecem por acaso, nesta soma (in)completa do Àbaco dos meus dias. As contas são as mesmas, só muda o seu brilho, de acordo com a incandescência do sol, e a sombra escondida da lua quando em quarto crescente, abundância avizinhada, mas tímida e envergonhada, que só incandesce duas ou três noites por mês. Ah Lua marota, que me inspira na costura de baleias e ursos, novas formas de Dianas, porque o Mundo tem muitas facetas, e a intuição é tramada e há que espalhar Amor!
Quando no xadrez da Vida (ou será da vida?) algo não encaixa, nem que seja por um mísero átomo, a perfeição do Universo bate ao (des)compasso do nosso ritmo (des)compassado, coração implodido, inocência esviscerada, sobrevivência arrancada à vontade férrea de que(m) nunca desiste. A sorte protege os audazes. Ou os loucos. Ou os inteligentes. Ou os órfãos. De Filhos!
Mil beijos da sua Mãe que o adora e (lhe agradece uma vez mais!)
Mami!