quinta-feira, 25 de abril de 2024

25.4.2024 - One Day plus 266 - (Still about) the Intrepids, the Freedom Lovers, the Crazy Ones...

 



Ahhh meu adorado Filho,

Que DELÍCIA! 

Está tão, mas tão perto de mim e obrigada pelos sinais que me vai enviando, hoje especialmente. 

O "Piu-Piu" está a chocar, e a marota mudou o ninho, com o resultado de que arrebanhei dez ovos, que rapidamente fui colocar na cozinha. Não é tarefa fácil ter a Quinta a meu cargo (pela última vez), mas é uma espécie de despedida exterior do que foi a Vida (ou vida?) contida no seu interior. Foi bom. Mas também foi um enorme desafio. Foi uma aprendizagem gigante, e sobretudo, foi onde me consegui, com esforço hercúleo, reerguer. Comecei por rastejar. Depois foi de joelhos, uns tempos mais tarde, ao pé coxinho. O Universo obrigou-me rapidamente a andar, e com a sua ajuda, meu querido Filho, lá me levantei e...corri!

Daqui a poucos dias acaba esta maratona. 

Aqui por casa, limpámos e "destralhámos" tudo aquilo que nos pesava. A LEVEZA sente-se em cada canto, em cada vela, em cada aroma a tarte de legumes e "antipasti" que decidi fazer. Em casa da Oma plantei girassóis. Se se derem tão bem como a micro-horta, teremos um muro de flores, de amarelo sorridente, a piscar-nos o olho não tarda. E Endro. Vamos lá ver se o malandro do Endro decide vingar, que eu tenho muito peixe para marinar! O que sei, é que os Coentros e o Manjericão já vingaram, bem-dito estrume das galinhas! 

Filho, nunca pensei conseguir escrever isto...

...mas o que é certo, é que  - provavelmente - enlouqueci. E, contudo, nunca nunca estive tão sã! Sabe que me sinto LEVE? 

"Hungry in this cell we've made for ourselves, 
Can you hear that sound (hear that sound)
It's running, (oh running through the ground)"

It's the way we were meant to be
Tripping on our own feet
Cause we´ve poisoned those wells
We dug for ourselves!"


Mil beijos da sua Mãe que o adroa,

Mami


domingo, 21 de abril de 2024

21.4.2024 - One Day plus 262 - FREEDOM! (Agora com "background" Noronha da Costa)!

 



Bicho do meu coração,


Eu tenho tanto, mas tanto para partilhar sobre o luto, sobre esta aprendizagem incrível, sobre esta caminhada, mas sempre com uma voz de esperança, de sobrevivência, de uma espécie de alquimia da sabedoria! A noite traz-me epifanias, ou, provavelmente, viagens no "borderline" da sanidade, mas seja o que for, traz-me paz. Hoje, sobretudo, mas já lá vamos.

Encha-se de paciência, acenda um charuto, abra uma "Stout"!

Vamos lá reviver uma das nossas infinitas noites de conversas que nunca mais acabavam. Como lhe estava a dizer, entendo agora que o sofrimento extremo, aquele que (quase) nos mata, se canalizado para o positivismo da renascença com crença e convicção, nos abre uma nova dimensão, um desconhecido que, subitamente, se torna incrivelmente familiar. É como se o nosso Ser tocasse o conhecimento milenar, porque entendemos muito mais facilmente os comportamentos humanos. Contudo, o mais interessante, é que quando entendemos verdadeiramente, estamos a fazê-lo não com a cabeça, mas com o coração. E quando o Entendimento nos entra pelo coração e não pela mente, Somos. E perdoamos. E estamos, num patamar muito mais elevado, porque vemos o todo, a perspetiva da águia, e livres.

Hoje estou totalmente liberta pela primeira vez desde os últimos três anos e meio, no meu espaço. A frase não está bem construída, mas é propositado. Totalmente só. Bem, só, não. Estou com a Baga, que está estoirada, depois de uma senda infindável de escassas duas semanas de organização e de planeamento em tempo record e de mais dois dias de mudanças de levar um santo a cometer um crime, sempre de cara alegre. Os milagres existem, e este é um deles. Eu estou com menos dez quilos, porque para atingir o record, tive, há três dias, uma intoxicação alimentar de tal forma forte em cima de tudo o resto, que julguei que era desta! Mas hoje é um dia especial.

E é um dia alegre, porque todos os Outros estão nas suas casinhas organizadas, enquanto eu continuo no caos, a arrumar caixotes e cangalhos aqui despejadas, e me tento despojar de muita coisa, de muita mágoa, de demasiadas lágrimas não choradas por nós dois, mas por tantas outras pessoas e lugares, chego à conclusão de que é no minimalismo que somos mais felizes. No existencial e no físico, e quando me refiro a físico, não pretendo andar sem roupa pela Vila, matando as velhinhas de uma síncope cardíaca, mas sim de objectos. O ser humano passa uma vida inteira a acumular tralha, tralha que carrega consigo por todo o lado onde passa, que lhe dá peso na logística de como a transportar, guardar, para um dia, talvez quem sabe, a vir a utilizar. E gasta rios de dinheiro e milhões de neurónios nisto, para, de um segundo para o outro, morrer e ir sem nada. 

Ora se vamos para o outro plano sem nada, porque não começarmos nesta vida? E já que o Universo me despojou de tantos seres que amei em tão pouco tempo, ao ver-me obrigada a recomeçar, decidi despejar metade da tralha cá de casa. Bom, por hoje ainda estou no caos. Mas espero amanhã melhorar.

Lá vêm o planeamento e a logística, e o gastar de dinheiro, mas desta vez é por uma boa razão, pelo menos segundo a minha opinião. E a partir de hoje, aqui, nesta casa de bonecas, é a minha opinião que conta. Porque eu posso ter uma voz muito mais triste, mas eu ainda tenho voz.

E assim sendo, ouve-se música e estamos os dois aqui na no silêncio da Paz. Arde a vela de Manjericão, refrescando o ambiente, e o seu Altar começa a tomar forma. E é esta Paz que permite sarar um bocadinho mais. É o cheirinho da Liberdade, de podermos fazer o que queremos, quando queremos e como queremos. Somos LIVRES. Não apenas no plano físico, mas no emocional. Porque entendemos, através do facto de termos sofrido a perda máxima, a dor Maior que se pode sentir, que a partir daí toda a perda pode ser ganho. é apenas uma questão de perspectiva, de "re-set" do "mindset"

A minha tarefa neste plano ainda não terminou, porque tenho uma missão. Eu vou mostrar aos desesperados, aos incrédulos, aos mortos-vivos, a todos os que passam, neste momento, por aquilo que EU passei, que é possível sobreviver.

As sequelas são inumeráveis, os estilhaços imensuráveis, não exista dúvida NENHUMA, mas NENHUMA de que morremos. Mas conseguimos RENASCER. 

É possível. É duro como a pedra, cimentada no aço, mas é possível. Requer uma coragem (e desculpe Martim, sabe que não gosto de incentivar certas palavras do seu vernáculo, mas...) requer uma coragem do CARAÇAS, mas é possível.

Atravessamos o Inferno, mas se acreditarmos com toda a nossa essência, se a Fé, a Crença no Amor Maior e a Entrega ao Universo forem totais, se tivermos a coragem de mostrar o nosso coração rasgado já em dois, e de o abrir ainda mais a tudo o que aconteceu, de expor a sua enorme chaga sem vergonha nem pudor, e sobretudo sem medo nem terror, então sentimos, como eu, que os nossos "Épicos" estão sempre connosco. Sinto-o meu Filho, envolvem-me os seus braços celestiais, sei que está aqui, ao meu lado. Sei com toda, mas toda, toda, toda a certeza do meu coração de Mãe, que esteve aqui comigo, colado a mim, nestes últimos sete meses de pesadelo que acabei de atravessar. Não fosse o seu Amor que sinto em cada poro, não teria conseguido, pois o que atravessei foi sobre-humano, além de desumano. Mas estou cá. E adorava poder mostrar aos outros órfãos de Filhos roubados, de que é possível. De lhes contar a minha história, não porque eu seja uma qualquer heroína, mas simplesmente porque eu passei pelo mesmo. Com algumas "pequenas" agravantes "on top". E sobrevivi fiel aos meus cânones, aos meus princípios e à forma como EU senti que devia e queria viver os primeiros (mais longos e mais difíceis) tempos do meu luto. E nestes tempos perdi Amigos, (mas ganheir outros), perdi duas cadelas da forma mais dura que se pode perder, a última na véspera de Natal, e nessas formas das suas mortes, revivi a sua. Mas ganhei a Baga. o melhor cão que alguma vez tive. E perdi um Paraíso que eu descobri e que amei com todas as minhas forças. Um Paraíso onde plantei árvores de fruto, ajudei a realizar o sonho de uma horta, onde cada detalhe, cada pormenor foram pensados com amor, (e com algumas sãs discussões sobre decoração), um lugar especial, onde elas estão enterradas, no mesmo sítio do sonho Maior que tive. Mas ganhei a Liberdade de expressar o que sinto, em alto e bom som, nas minhas quatro paredes, sem crítica constante, e a ouvir o som da afirmação sem duvidar da minha própria voz, enquanto encontrei solução para que a sua avó tenha uma qualidade de vida indescritível, enquanto eu posso finalmente caminhar ao meu próprio ritmo, e não à velocidade que ela quer. E é neste meu ritmo, ao meu ritmo e com o meu ritmo, que irei dançar este caminho. Sem medo, porque sei que o tenho comigo! E que forma de melhor honrar e agradecer essa sua constante protecção, de que sorrir e agradecer a dor? Transformando a Dor em Amor! 

FREEDOM! Que maravilha! 

Mil beijos da sua Mãe que o adora,

Mami


P.S. O seu Altar ainda está um "work in progress". Prometo versão final em breve! 


quinta-feira, 11 de abril de 2024

11.04.2024 - One Day plus 252 - "Sketch for Summer" :-)

 





Filho meu, Amor do meu Coração,

Completo hoje o círculo do sofrimento. O MAIOR que alguma vez podemos sentir. E com isso, alcanço um importante patamar: o da Paz do Desprendimento terreno. Dirão os incrédulos e os pragmáticos, que enlouqueci. Bom, mas isso já ambos sabemos desde o dia dois de Agosto de dois mil e vinte e dois. E na (in)sanidade de quem aceita e compreende de que NADA é nosso, abrimos as mãos. 

Confesso-lhe que ouvir The Durutti Column com iPhones é genial. E Conan Mockasin ainda mais. Com "Caramel", por momentos pensei, que o do lado esquerdo tinha ficado sem bateria, mas não. É mesmo assim. "Mindblowing". Embora "Mindblowing" seja(m) a(s) minha(s) vida(s). 

Está uma noite de sonho aqui no campo. Estive sentada cá fora, a admirar o ocaso, crepúsculo que por acaso - ou por cortesia -  se desenhou no horizonte do meu olhar, e vi mergulhar o sol na Terra incandescente e rubra, polvilhada de lilás com pintinhas amarelas e quadradinhos laranja. Foi...ÉPICO.

É difícil descrever o que passa pela minha cabeça e repousa no meu coração. Talvez seja "Sketch for Winter" pelo que relembro, mas é sobretudo um tempo grato. Vivi tanto, aprendi tanto, perdi tanto, e voltei a ter a oportunidade de ganhar. Que enorme aprendizagem meu Deus! O Universo ensinou-me o conceito de frugalidade e, ao mesmo tempo, a felicidade de poder sentir o espanto. Perante os milagres da natureza que se renova, e da esperança que nunca morre. Espero que possa ser um exemplo disso para o seu irmão. Tão grata por ele, tão "sui generis" na sua forma de ser, tão inocente (ainda) na sua forma de encarar a vida e, ao mesmo tempo, tão sábio e sobretudo, tão meu Amigo. 

Hoje plantei a MINHA micro-horta. Mas a Abundância vai chegar. Será a abundância na e da frugalidade, mas nunca menos gratidão se deve sentir por ela.

Filho, obrigada por este fim de tarde de sonho, por me ter dado este pequeno quinhão de terra, pelo estrume das galinhas de cujos ovos sinto (algumas) saudades! Até elas trazem histórias agarradas às penas, na sua árvore genealógica da memória de tempos tão divertidos, entre roseiras, Rouxinóis, Pica-Paus e jogos de Gamão. 

De quantas memórias é feita uma vida? E várias? Uma coisa sei. Quando neste ensaio de verão, estivermos a saborear uma falsa "Vichyssoise" feita de courgettes do meu quinhão, e aromatizada com Cebolinho do meu vaso, nessa altura terei a certeza de que me (re)encontrei. 

"Never Known"... again The Durutti Column...

Termino com Air. "La Femme d´Argent".

O Luto é intemporal. Mas temos duas opções. Ou fazemos dele nosso inimigo, ou nosso aliado. Iço a bandeira de Prata, ou "Silver Lining"

Mil beijos da sua Mãe que o adora,

Mami

P.S E como já sei que deve andar ocupadíssimo aí no Céu, fica a subtileza, e aprenda, que eu não duro para sempre:

"SILVER LINING" - (noun)

!1. A hopeful or comforting prospect in the midst of difficulty.

2. A good aspect of a mostly bad event.

3. A consoling aspect of a difficult situation."


domingo, 7 de abril de 2024

7.4.2024 - One Day plus 248 - "Total Eclipse of the..."

 



Meu adorado Filho,

Há demasiado tempo que não lhe escrevo, e neste tempo, tanta coisa aconteceu. Não me vou alongar nos detalhes que você conhece demasiadamente bem, mas centrar-me (apenas, tanto quanto possível), nos "pormaiores"!

Nem sei bem por onde começar. Tenho de encontrar um "Leitmotiv" para tudo o que lhe quero transmitir, mas vou tentar ser "frugal". Ou espartana. Ou poupada. 

De volta a CASA..., este meu espaço exíguo em dimensão, mas gigante em Amor. Neste universo (ou será Universo?) que (ainda) estou a tentar (re)definir, procurando criar novas memórias, neste quarto com "Vista para a Casa do Adro", tento sobreviver. Sejamos honestos, porque é disso que se trata...pensei. E pensei em muita coisa. E tudo me passou pela cabeça perante o "nihil", de frente para o rebentar de um sonho (de velhice), e de tantas outras coisas que me vi obrigada a questionar. Não tenho dúvidas nenhumas de que a minha Alma se encontra fragmentada, ferida, explodida em mil pedaços, resquícios do que poderia ter sido, mas não foi, porque o luto não tem - infelizmente - um botão que se pressione para acabar. O luto é uma batalha diária pela sobrevivência das emoções, aquelas que foram defraudadas pelo Destino, pelo cansaço, pela exaustão, por tudo o que deveria ter sido, mas não conseguiu ser. De uma Vida roubada, assalto à mão armada à Felicidade, ataque a um Amanhã que se adivinhava promissor, cheio de flores e de frutos. 

E neste caos onde nada acontece por acaso, porque existe sempre uma ordem cósmica para os acontecimentos, reencontrei os meus livros de Astrologia. Há muitos, demasiados anos que não lhes pegava, talvez porque demasiadas vezes eles me deram a capacidade de tocar a clarividência. E sejamos honestos, uma pessoa borra-se de medo de saber. Mas quando estamos conectados com o Universo, ele vem dar-nos sempre uma mãozinha, que é precisamente tentar ensinar-nos alguma coisa.

E quase por acaso, cai-me no colo o Eclipse. 

Escusado será explicar-lhe este eclipse total do Sol em termos Astronómicos, pois todos sabemos que é um evento de enorme importância. Quanto aos astrológicos...bom, basta dizer que ele acontece no mês de Abril, um dos meses mais importantes, porque regido por Carneiro, o primeiro Signo do Zodíaco, aquele que inicia, o Guerreiro, o Destemido. Mas ele acontece ainda num momento de Mercúrio retrógrado, o que só por si é ainda mais complexo. Contudo, falta um pormenor que não é de menos, é que abraça Chiron, o curandeiro ferido. Significa isto que a casa que no nosso mapa onde este fenómeno acontece, é a área do  para a qual o nosso foco vai forçosamente ter de ser desviado. Sabemos que os eclipses marcam profundamente as casas onde ocorrem, sobretudo este, onde o Centauro nos vai obrigar encarar sem medo as nossas feridas mais profundas, e ganhar uma visão real e concreta das mesmas. Bom, até aqui tudo em ordem. Acontece que ao ler o grau onde este eclipse vai acontecer, até me vi obrigada a ir buscar os óculos, incrédula com o que vi. Este Eclipse vai tocar alguns dos pontos, Luminárias e Planetas mais importantes do meu mapa, pois abraça o Eixo principal, e com isso, obrigar-me a uma redefinição de "mim". Não se trata de uma "mudança", trata-se do atomizar de tudo, do desfragmentar da Alma para recriar e, simultaneamente, cocriar. E desfragmentar para conseguir cocriar é algo de quase alquímico. Reconheço agora, que este período que sucedeu à sua morte, não foi, não é e não será "apenas" um período de um sofrimento sem palavras, ele foi e é um tempo aniquilação total, para vir a ser um tempo de cocriação e de recriação de um Ser mais sábio. Ora todos sabemos que a sabedoria - passo o pleonasmo -  não nos chega sem sofrimento, pois é a capacidade de sobrevivermos ao mesmo que nos torna melhores. Não me interessa, nem nunca poderia aspirar a ser, um Ser Humano melhor do que os outros. Mas aspiro sempre a subir mais um degrau que me aproxime do Significado. 

Oito de Abril de dois mil e vinte e quatro! Não sei fazer previsões, e muito menos adivinhar o futuro, mas ambos sabemos - infelizmente bem demais - que somos capazes de antever algumas coisas. Infelizmente não entendemos de imediato o seu total significado, mas se nos sentarmos para observar o que lhes precedeu e sucedeu, sabemos que o Universo, na sua infinita sabedoria, nos tentou avisar. A si e a mim, pois você também tinha essa capacidade! Entendo agora que foi necessário raiar, rasar e digo mesmo tocar a loucura, para ver com clareza a sanidade, ou ter, finalmente, a sanidade da clareza. Ou será a loucura insana? Pois não sei!

Filho meu, se o Mundo soubesse o que tenho passado, o que passei, e o que passo, choraria lágrimas de sangue. Encontro-me onde tantas noites inesquecíveis vivi, onde tantos retalhos de sonhos planeados costurei, onde tantas vezes se viveu  a década de "Wooodstock", ao som dos sons de "seventies, eighties and nineties" (estes embora menos), numa Alegria imensa. Foi aqui que você me introduziu Dotan, um som que de imediato amei. Foi também aqui, ou é também aqui, que me questiono relativamente às minhas escolhas - aquelas que eu pude fazer, não as que me foram impostas! - e pergunto-me porque razão as fiz. Não sei. 

Mas sei que retiro delas alguma aprendizagem, e sobretudo, a força da Coragem, e com essa força, a Gratidão por me ter sido dada a possibilidade de tocar um átomo de Sabedoria. 

De uma fonte que secou não sai água. Isso é um facto, se está seca, ela já não brota da terra, nascente de vida. Mas é possível que sugando os últimos resquícios de humidade, nasça uma plantinha destemida. Um ser minúsculo, que só vingará com muita persistência, e, sobretudo, com muita vontade. Há verde entre as pedras. E quando essa planta crescer, milénios depois num Tempo sem tempo, porque o tempo não existe, nasce uma floresta. E esse aglomerado de árvores, dançando ao ritmo do vento ondulante, chama a chuva, e ela vem. E ela cai, e cai, e cai, e encharca o solo, alagando-o de novo, numa enchente torrencial. E um dia, da fonte velha e seca, volta a brotar a água. 

A água da Vida.

É Primavera. E amanhã vai haver um Eclipse total do Sol e um canteirinho para plantar, regar e amar.

Mil beijos da sua Mãe que o adora,

Mami



25.4.2024 - One Day plus 266 - (Still about) the Intrepids, the Freedom Lovers, the Crazy Ones...

  Ahhh meu adorado Filho, Que DELÍCIA!  Está tão, mas tão perto de mim e obrigada pelos sinais que me vai enviando, hoje especialmente.  O &...