quinta-feira, 23 de novembro de 2023

23.11.2023 - One Day plus 112 - Sobre momentos gratificantes e mágicos, amanhã "longe demais"!

 



Querido António,

e meu querido Filho,

aqui segue uma fotografia da vossa (e tão minha Diana).

Gostava, que quando desses esta Diana à tua filha, e não digo nomes para não estragar surpresas e por causa da proteção de dados!, que lhe contasses esta minha e sua (da Diana) história.

Em Dezembro, quatro meses depois do Martim morrer, decidi, uma vez que não tinha ainda conseguido concretizar um dos desejos da minha “bucket list",  tirar um curso de corte e cose, comprar uma máquina de costura. Assim do nada. O Banco ofereceu-nos uns vales de presente de Natal e pensei, que depois do que me tinha acontecido, era mais do que tempo de realizar um sonho, embora o tenha começado ao contrário. A grande vantagem, é que com o meu "German footprint", depois de despender tamanha quantia numa máquina, nem que seja à chicotada, vamos aprender a usar a dita. E assim foi, apenas com a diametral diferença de que em vez do chicote, eu tive uma mão que me guiou.
Num inverno gelado, mais ou menos há um ano, em que não sabia se estava viva ou se tinha morrido, toda eu Saudade e lágrimas, dilacerada por dentro mas funcionando por fora, tal qual boneca robótica século vinte e dois, comprei a minha máquina. E de livro de instruções em punho, página a página, pu-la a funcionar. E daí foram passos e saltinhos, corridas e caídas, mas a minha neta do Universo, tinha de nascer, pois é do meu Filho do Céu. E a Diana trouxe…

…AMOR!

E por estranho que pareça, cada Diana que nasce das minhas mãos, é especial, e está cada vez mais gira. Parece que elas sabem para quem vão. São parecidas com a pessoa para quem foram destinadas. Há como que uma mão do divino.

Cheguei a ter uma encomenda de três Dianas para três netas, onde a avó me disse para ser eu a escolher para qual delas seria cada uma. Fiz os embrulhos como o Universo o ditou. Uns dias mais tarde recebo uma mensagem de what’s up. Comovi-me com o que li, mas chorei ao ver as fotografias. Umas netas eram loiras, outras morenas. Umas mais extrovertidas, outras mais tímidas. Cada uma delas tinha a sua Diana nas mãos. E era como se elas tivessem sido os meus modelos. A cor dos cabelos, a expressão do olhar, os tons dos vestidos e forma do corpo correspondiam na mouche. Eram IGUAIS!
Umas semanas mais tarde, numa noite terrível de frio, de saudade, de morte e de desespero, não dormi. Trabalhei a noite toda, sentindo a sua presença atrás do meu ombro direito, a sua mão levemente pousada, a sua voz a falar-me baixinho ao ouvido (e não, não era apenas um sussurro) e, quando os primeiros raios gelados de um sol que nascia do lado esquerdo dos meus olhos irromperam o azul escuro do céu, nasceu a Diana Anjo da Guarda.

Reparo agora, António, que escrevi o parágrafo acima como se fosse para o Martim, peço desculpa pelo lapso, perco-me sempre nas lembranças deste meu Filho. Mas adiante.
Da mesma forma (sobre)natural - embora eu prefira escrever universal - que o meu caminho me levou até ao Anjo, há poucos dias fiz esta vossa Diana. Nunca tinha feito uma Diana assim, mas pensei que nem sempre as miúdas têm que andar de tótós, as miúdas não são menos miúdas quando decidem andar despenteadas. Depois de reflectir um bocado, achei que nem todas as pessoas iriam preferir uma Diana assim. Mas disse ao Martim:

- “ Filho, você vai encontrar uma pessoa família muito especial para esta sua Miúda, e o Universo vai ajudar!

E assim foi. E é com uma Gratidão IMENSA, porque recebi mais um sinal do meu Filho do Céu, que amanhã faria 26 + 2 anos, que olho para este céu de hoje, dia vinte e três de Novembro, véspera de um dos dois dias mais felizes da minha Vida, e digo:

Obrigada meu Filho, não só por mostrar ao Mundo que nem todos somos iguais, como por me encontrar “A” pessoa certa, na forma de uma Miúda com “M” de maiúscula, para mais uma Diana, boneca de trapos, cosida com floridos e coloridos farrapos de Amor!

Obrigada António e depois conta-me o que é que ela sentiu quando a recebeu nos braços!

E como esta carta é uma missiva entrelaçada de destinatários, assino “apenas” como,

Mãe

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