Meu Filho adorado,
De quanta saudade se constroem as memórias? Será quantificável a SAUDADE?
Aquelas viagens a um passado (ainda tão recente), onde fomos tão felizes? As semelhanças facilitam imensamente a (con)vivência, porque é nesse desiderato que tudo se constrói, ou, pelo menos, onde tudo assenta. E nós éramos tão cúmplices, tão amigos, tão parecidos nesta nossa essência do tudo ou do nada! A intensidade avassaladora que nos caracteriza, na Luz que ambos buscamos incessantemente e que você alcançou, num sacrifício que jamais deveria ter sido seu! Deveria ter sido o meu, nesta busca sem tréguas, por um amanhã diferente!
Meu Amor, em recordações, ou nas lembranças de uma Vida que aconteceu há mil vidas, afaguei o seu rosto perfeito, essa onda lindíssima do seu cabelo e encomendei-o ao Universo, envolta pela dor MAIOR! Ou a MAIOR dor que alguma vez alguém pode sentir. Ninguém pode imaginar o que sofri, e o que sofro, e como trato por "tu" a palavra Saudade, sempre, sempre com maiúscula.
De como - ainda hoje - recordo essa nossa última noite juntos, esse presságio de uma catástrofe que dentro do meu ser se adivinhava e que eu tentava ignorar?
Martim...
Juntos conquistámos Barça, vencemos o medo das baratas (bom, sobre isso ainda temos que conversar ambos em noites de vigília no "Covil"), e aqui estamos...sempre, sempre, e para sempre juntos, de peito aberto e coração às balas, num presente que ser quer dádiva!
Tim, meu Filho adorado, minha Vida, meu Amor, minha Saudade, minha Entrega, meu Hoje e Sempre, (para sempre), num Amanhã que me foi roubado, e agora, de alguma forma (im)perfeita, devolvido na Esperança, traduzida num desfrutar de um dia de cada vez...porque quem perdeu o Tudo, não faz co tas, aritmética assimétrica, na prova dos nove que se quer, de alguma forma, capícua!
Meu FILHO, minha Vida, meu Amor...
...TANTO, mas tanto Amor para dar...
Da sua Mãe que o adora, (e o chora todos os dias, hoje e sempre), num sorriso esculpido por si,
Mami!
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