Meu adorado Filho,
Sabe quando se acaba de escrever um (ou o?) AQUELE texto perfeito, mas como se é estupidamente preguiçosa, numa presunção desmesurada, e se considera, que é mesmo em directo e sem filtros que se escreve e se descreve um dia perfeito, e de repente, "e tudo a net levou?" O seu melhor texto, escrito na inspiração da descrição, esculpido na escultura de um dia que começou (im)perfeito, e que nessa perfeição aperfeiçoada atingiu o seu ocaso, nunca por acaso, num pôr-do-sol morno de um Verão épico?
Sou tão burra que espelho a Alma em directo, numa confiança nunca guardada, mas (para) sempre aguardada, que me faz arriscar tudo (o que escrevo, sobre o que sinto), neste sentimento que é Saudade, mas agora também Alegria, numa Coragem nunca antes vista!
Tanto que tenho vivido, que poderia escrever um livro, uma história ÉPICA, sob fundo verde escuro, tal como as zonas mais profundas da Barragem, que contêm as águas choradas nas curvas e contracurvas do meu coração, enquanto se passa pela paisagem a cem à hora, sentados no lado do morto da Vida celebrada dentro de um Mazda, onde o Riso se sobrepõe à tristeza das lágrimas, mas a Saudade é chorada com a Honestidade genuína de quem celebra!
Filho...
...no silêncio da minha prece me recolho, num pedido remetido em confissão, a que ouso querer para mim, porque a vida é toda ela uma Metáfora, personificada na onomatopeia sussurrada numa gramática cujo léxico não faz sentido?
Martim...quase dois anos (menos uns dias), e nesse tempo sem Tempo no Céu, mas em contratempo na Terra, tanto mas tanto acontece(u)!
De quantas Figuras de Estilo se faz um Texto perfeito, esculpido na imperfeição da Existência?
Não sei!
Mil beijos da sua Mãe que o adora,
Mami
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