quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

20.12.2023 - One Day plus 139 - Da Gratidão, do Natal e de tantas outras coisas...

 


Tim, (falta-me o fôlego para o "meu adorado Filho"),

Tim...quantas mensagens, fotografias, vídeos e mais telefonemas costumávamos trocar por estes dias? Quantas discussões sobre os presentes para o Duda, a Oma e a sua miúda, passando por algumas outras dicas, como as do Pai, dos Tios, de tantos outros? Quantas vezes tocava o meu telefone, agora mudo, no silêncio da comunicação, nesta época tão significativa para mim, tão cheia, tão grávida de recordações doces e suaves, tão plena de Amor, tão dádiva, com a qual que nós dávamos Alegria aos outros? Lembro-me de tanto Martim! De tanto, do sorriso da sua miúda, quando você fez magia com a carteira, da gargalhada da Oma com o porta-moedas que ainda hoje usa, e da minha, por ter finalmente uma "Coach" de uma cor que ninguém tem, a minha "Coach" da sorte, aquela que hoje quase nem ouso usar para não estragar! Erro meu, mas apenas por querer preservar intacta a memória de um Natal tão especial, dos últimos, que passámos na Alegra Casinha, quando tudo era ainda normal! 

Ontem o Mano ligou, andava nas compras de Natal. Foi um telefonema que soube pela Vida, ainda com maiúscula nessa altura, e, conquanto, constato que estou a viver, ao antever o sorriso da Cate e da Oma, do Mano e mais alguns sorrisos, espalhados e espelhados pelo Natal. Um Natal em que agradeço, porque nada me resta, e, mesmo assim, tenho tanto! 

"As Dianas nasceram por causa deste miúdo! Ainda hoje falei tanto dele, no stress que era, todos os anos, a época pré-natalícia. Stress? Não, na emoção, no “frisson” da antecipação de sorrisos. Os meus dois Filhos queridos são tão parecidos nisso, e acertam sempre, mesmo que à ultima da hora, nos presentes com que mais sonhámos. Sempre foi assim o nosso Natal, menos embrulhos, mas todos os Natais havia um com muito significado. Havia sempre um sonho realizado, nem que fosse o único embrulho debaixo da árvore. Porque o Natal não é quantidade, é qualidade. Qualidade no Amor que sentimos pelos outros. Neste Natal o meu coração enche-se de gratidão: pelos meus Terrenos que tanto amo, sobretudo pelo meu Duarte, de quem tanto me orgulho, pelo meu Anjo do Céu , aquele que zela por mim todos os dias, pela minha querida Mãe, que por cá anda comigo em aventuras natalícias, e cujos olhos brilham quando fala do cabrito, nova tradição cá em casa! Pelos meus Amigos, aqueles que me acompanharam ao longo deste ano, neste hiato tão difícil e tão doloroso, entre estes dois últimos Natais. Pelo Miguel, que me acompanha, diariamente de pedra e cal, apesar das suas idiossincrasias. Pelas Mães, e alguns Pais, órfão de filhos, com quem partilho esta nossa tão dura e espinhosa caminhada! Pelos que leem o meu blogue, e com isso, mantêm viva a memória do meu querido Filho Martim, que tanta falta me faz nesta quadra natalícia! Pelas famílias que acolheram as minhas netas Dianas, e que com isso, me deram uma prova imensurável de amor e de confiança. E acima de tudo, tudo, tudo, pela dádiva que me foi dada, de conseguir transformar uma dor universal em Amor! De não sentir nem mágoa, nem rancor, nem raiva, mas apenas gratidão por tudo o que me tem sido dado. Feliz Natal meus queridos!"

E é isto Filho. É isto, tão perto do Natal. 

Saudades suas Martim, tantas, que não consigo quantificar. Tantas, que não existem lágrimas suficientes. E ao mesmo tempo, tantos sorrisos perante as minhas doces memórias. A vida continua meu Filho, nas velas que acendo no meu atelier, na Paz que procuro diariamente sentir no meu coração, no apaziguamento de tanta imagem gravada na memória, nos soluços que agora teimam em se libertar do  meu peito.

Se o Mundo soubesse...

...mas também se soubesse de tudo, deixaríamos de ter aqueles nossos segredos cúmplices, de jantares épicos, de memórias indeléveis, de Vida pulsante e plena, transbordante de energia. Dava a vida para ouvir a Coruja cantar...

...há sempre um presente especial à nossa espera debaixo da árvore!

Com  AMOR infinito, 

Mami




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